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Você já saboreou sua refeição hoje?

Série "Pílulas de Atenção Plena"

O que a alimentação diz sobre você mesmo?

Como você se relaciona com sua alimentação?


Em geral, as pessoas possuem maneiras bem interessantes de se relacionar com a comida. Enquanto algumas pessoas enxergam como algo necessário para a sobrevivência mas um entrave na sua rotina (ter que pensar no que comer, todo o tempo gasto em mercado, preparo, limpeza da cozinha, ter que parar o que está fazendo para se alimentar...), outras vão para o extremo oposto, em que alimentação assume um papel de grande importância e cuidado não só consigo como também de sua família (planejar, providenciar e preparar é um prazeroso ritual!). Outras ainda ficam no meio do caminho, nem tanto céu e nem tanto terra. Há também pessoas que desenvolvem uma relação de amor e ódio com a comida, ou que se utilizam dos alimentos como forma de distrair, manejar emoções e sensações desconfortáveis.


A verdade é que a maneira com que comemos diz muito sobre como somos em nossas vidas, e inclusive de como interagimos socialmente. Você já tinha parado para refletir sobre isso?


Antes, comer era um ato que atendia nossas necessidades culturais de prazer e estreitamento dos laços sociais. Mas aos poucos nossa sociedade passou a ser cada vez mais centrada em trabalho, em rapidez e agilidade, e a alimentação vista apenas como um momento de repor os nutrientes do corpo. Quantas e quantas pessoas que participaram dos meus grupos de mindfulness começaram a perceber que chegavam ao final do dia sem nem se lembrar do que tinham comido? Ou pior, se deram conta de quem não tinham almoçado!


Quando foi a última vez que realmente sentiu, apreciou o que estava comendo? Sem pressa, com atenção, com abertura? Realmente percebeu o que estava colocando em seu prato, qual quantidade estava colocando em seu prato, qual o seu grau de fome ao montar seu prato?


E quando não gosta de um alimento, será que realmente brincou com a curiosidade para compreender o porquê não gosta, e não apenas sua mente te dizer que não gosta e nem se abrir para essa possibilidade? E aí pensamos... que outras coisas sua mente “já sabe que vai ser assim” e nem dá espaço para se abrir para “como de fato vai ser”?


Sabe, uma das coisas que mudou depois que comecei a meditar foi justamente perceber que muito do que achava que não gostava na verdade achava uma delícia! Aumentei muito meu repertório alimentar, que naturalmente se direcionou para coisas mais saudáveis. Já com outros alimentos chega a ser divertido experimentar se naquele instante eu vou gostar, mas, se de fato não gosto, meu corpo reage com contração ou com uma sensação ruim na boca. Esse é meu sinal. E o seu?


Outra parte legal com isso é ir deixando a própria sabedoria do corpo fluir, se permitir atender suas reais necessidades com a alimentação. Se alimentar é de fato um grande cuidado que temos com nós mesmos. E podemos ir além, podemos refletir sobre outras formas de nos nutrir, não apenas nosso corpo como também nossa mente e espírito. Nesse sentido, uma autora muito legal chamada Andrea Liberstein, em seu livro Well Nourished descreve 8 corpos que devem ser cuidados para nosso senso de autorrealização: corpo físico, corpo emocional, corpo psicológico, corpo social, corpo intelectual, corpo criativo, corpo espiritual e nutrição do mundo.


Mas... voltemos para um primeiro passo! Que tal simplesmente se permitir saborear sua próxima refeição?



Referência livro: Liberstein, A. Well Nourished – Mindful practices to heal your relationship with food, feed your whole self, and end overeating. Fair Winds, 2017.



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